Segundo o secretário de comunicação do governo Derly Anunciação, mesmo contrariando direitos constitucionais, o secretário Marco Tebaldi deverá pedir a ilegalidade da greve e passará a descontar os salários os professores grevistas. Precisamos responder à este tratamento com a continuidade da greve! Sejamos firmes, não podemos nos intimidar! Segue uma das mensagens que enviei ao secretário:
"Secretário Marco Tebaldi,
Se o senhor acha que poderá nos causar medo com tais ameaças, preciso lhe dizer que convivemos com o medo há tempos...
Nós, profissionais da educação pública da rede estadual de Santa Catarina, convivemos com o medo, pois dadas as condições de trabalho, não conseguimos resolver os crescentes problemas de insegurança e violência em nossas escolas. Não conseguimos resolver a ausência de condições físicas, estruturais e, principalmente, de material humano para atender às cada vez mais graves demandas do cotidiano escolar.
Temo muito, senhor secretário, pelo futuro de tenebrosa violência social que será decorrente da falta de investimento no ensino público catarinense. Da desoladora falta de perspectivas que nossos jovens terão diante do mercado de trabalho, tendo em mãos um histórico escolar cursado em escolas públicas tão precárias.
Também tenho medo que as crianças que hoje sofrem com negligência, abusos e violências sociais não consigam superar as dificuldades da vida, uma vez que, na escola são cada vez mais escassos os profissionais capacitados para atender, encaminhar e denunciar a tão grande demanda de casos deste tipo.
E tenho muitos medos mais... No meu caso específico, senhor secretário, todo final de mês, tenho medo de não conseguir pagar as contas em função dos inúmeros empréstimos consignados que tive que fazer para suprir necessidades básicas de alimentação, saúde, moradia, enfim, para sobreviver... Todos os meses eu tenho medo que meu esposo que é professor ACT fique doente, pois, uma vez que ficar, não terá plano de saúde para se tratar e ainda será descontado se precisar faltar ao trabalho para se recuperar. E tenho inúmeros colegas que tem temores como os meus, pois mesmo sendo profissionais formados, competentes, dedicados, têm medo de não poderem dar uma vida digna para seus filhos.
Temos convivido com tanto medo e desrespeito senhor secretário, que isso nos faz muito corajosos agora. As ameaças e represálias à nossa greve se aquietam diante do imenso grito que temos preso em nossas gargantas. Somos educadores! Temos consciência da nossa importância! Merecemos dignidade, respeito e justiça! Não merecemos o tratamento que temos recebido! E nem a sociedade merece as conseqüências disso!
Ouça a força dos nossos gritos nas ruas senhor secretário. Já fomos calados e intimidados muitas vezes... Escute-nos, pois o senhor não vai conseguir nos calar, não desta vez!"
Nenhuma novidade não é mesmo? Já tenho descontos no meu salário desde 2008. Se for calcular tudo o que deixei de receber com o não cumprimento da lei do piso, o governo me deve quase o dobro do que recebo todos os meses…
ResponderExcluirAgora basta! A greve não terá fim até o governo se comprometa a pagar o que nos deve!
Não podemos esquecer dos retroativos que também devem ser pagos e aumento do vale alimentação.
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