"O Conselho Estadual de Educação vem acompanhando, com especial atenção, a greve dos professores da rede estadual. Seus membros não escondem grande apreensão sobre o impasse criado e a ausência de políticas públicas modernas para melhoria do ensino. A escola pública continua perdendo há muito a competição com o ensino particular.
A primeira causa da impressionante disposição dos professores de enfrentamento com o governo está na inexistência de política salarial. Nos últimos oito anos, professores e servidores não tiveram reajustes nos vencimentos para cobrir inflação. Os governos Luiz Henrique/Eduardo Moreira/Leonel Pavan recorreram a abonos e gratificações. Concederam aumentos até generosos só para algumas categorias. Mas atualização salarial linear não existiu. Ficou, portanto, tudo represado. Fenômeno que explica, também, a posição irredutível dos professores pela manutenção da regência de classe e incorporação dos abonos. Não admitem perder os incentivos já agregados à remuneração.
A gestão da escola pública estadual também fermenta o movimento. Os professores recebem R$ 6,00 de vale alimentação. Como a merenda escolar é terceirizada, eles estão proibidos de desfrutar do benefício. Levam marmitas para as escolas. Muitos utilizam fogãozinho a álcool para esquentar o almoço.
O estresse com a indisciplina atinge níveis insuportáveis ou acaba até na delegacia, como registram os boletins policiais. Os alunos perderam o respeito pelos professores. Os métodos de ensino estão defasados e não acompanham as novas tecnologias que as crianças se acostumaram a ver ou usar em casa ou na rua."
Por Moacir Pereira em seu blog em 12 de junho de 2011.
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