Respostas para Moacir Pereira

       Em seu editorial de hoje no jornal impresso Diário Catarinense e também em seu blog, o jornalista Moacir Pereira sugere que a negociação dos grevistas com o governo poderia ser "levada a cabo com os estudantes em sala de aula". Foram inúmeras as respostas - vejam: http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/06/20/dc-aula-de-cidadania/comment-page-2/?topo=67%2C2%2C18%2C%2C%2C67#comment-30827

Dentre elas está a minha: "Me admira o senhor, prezado jornalista, que está acompanhando tudo de perto, afirmar que o governo “agora já paga o piso a toda a categoria”? O senhor

sabe muito bem que isso é mentira! É verdade que mostramos maturidade nas negociações, isso ocorreu quando o Sinte apresentou ao governo a proposta aprovada pela categoria na última Assembleia Estadual, ou seja, o pagamento parcelado do piso respeitando a proporcionalidade do plano de carreira. Proposta aliás que o governo ignorou solenemente… Nem se deu ao trabalho de uma contraproposta, reprogramando as tabelas a longo prazo… Alega que não pode pagar mais do que os 22 milhões agora (sabemos que isso não é bem a verdade), mas poderia planejar orçamento para o ano que vem. Entendo, prezado jornalista, que se o governo estendesse as tabelas do Sinte para 2012, voltaríamos a trabalhar com a perspectiva de sermos atendidos, mesmo já tendo esperado tanto… Mas veja bem, em nenhum momento o governo se COMPROMETE em pagar o piso integralmente respeitando o plano de carreira. Em nenhum momento ele se COMPROMETE em restaurar os percetuais perdidos da regência de classe. Ele se compromete em formar um grupo de negociações. Não podemos aceitar o risco de que os interesses individuais e a politicagem se sobressaiam sobre os intetesses da categoria que, apesar das dificuldades, continua lutando. Aliás, o governo está dando uma amostra de como negocia – ignoranto a lei, ignorando a Assembléia Estadual e os 16 mil professores nas ruas de Florianópolis, com intimidações aos grevistas e descontos salariais… Por isso, senhor Moacir, é difícil crer que o senhor espera que o governo faça valer os nossos direitos se voltarmos para as salas de aula… Mas lhe dou um voto de confiança, já que o senhor tem sido uma referência para os educadores, ouvindo e publicando tantos apelos e depoimentos. Peço que senhor reflita e reconsidere a sugestão de “levar a cabo” as negociações com os estudantes em sala! Seria uma derrota covarde!
Grata pelo espaço e consideração."